quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Dia do Maçom - 20 de Agosto



No dia 20 de Agosto, toda a Maçonaria Brasileira comemora o Dia do Maçom. Tal comemoração nesta data prende-se ao fato de ter sido realizada no Rio de Janeiro, em 20 de Agosto de 1822, a histórica Assembléia Geral do Povo Maçônico, na qual foi aprovada a moção apresentada por Gonçalves Ledo, de proclamação da independência do Brasil.

Naquela data, o Primeiro Grande Vigilante do Grande Oriente do Brasil, Irmão Joaquim Gonçalves Ledo, na ausência do Grão Mestre, Irmão José Bonifácio de Andrada e Silva, presidiu a Assembléia Geral dos Maçons, que estava composta pelos obreiros pertencentes às Lojas Maçônicas Metropolitanas “Comércio e Artes”, “União e Tranqüilidade” e “Esperança de Niterói”. Segundo o que ficou registrado em ata, nessa sessão o Irmão Gonçalves Ledo pronunciou “um enérgico e fundado discurso, de uma eloqüência e veemência oratória, que são peculiares a seu estilo sublime, inimitável e nunca, assaz louvado, e vendo nele as mais sólidas razões demonstrando que as atuais políticas circunstanciais de nossa Pátria, o rico, fértil e poderoso Brasil, demandavam e exigiam imperiosamente que a sua categoria fosse inabalavelmente firmada com a proclamação de nossa independência e da Realeza Constitucional na pessoa do Augusto Príncipe Defensor Constitucional do Reino do Brasil.” A ata da reunião ainda registra que “foi a moção aprovada por unânime aclamação, expressada com ardor do mais profundo e cordial entusiasmo patriótico”.

Levando-se em consideração seus princípios de liberdade e a preparação sigilosa nos seus Templos para a libertação nacional do jugo português, o Grito do Ipiranga nada mais foi do que o eco daquilo que já ficara resolvido e decidido naquela assembléia de 20 de Agosto. Dom Pedro I, que já havia sido iniciado nos Augustos Mistérios da Maçonaria, e que se tornou posteriormente Grão Mestre da Ordem, ratificou em ato público e político o que o Grande Oriente do Brasil já deliberara naquela memorável sessão.

O papel que desempenhou a Ordem Maçônica no mais notável acontecimento da História do Brasil, foi tão importante e decisivo para a evolução social e política da Nação, que o Sete de Setembro se transformou na realidade dos sagrados ideais maçônicos de Amor à Liberdade. Convém notar que não só a Independência, mas a Inconfidência Mineira, a Revolução de 1817, a Confederação do Equador, a Lei do Ventre Livre, a Abolição da Escravatura, a Proclamação da República e tantos outros grandes acontecimentos históricos em nosso País tiveram inspiração maçônica, posto que em recanto nenhum da Pátria houve um grito de liberdade que, pela Maçonaria, não tivesse sido apoiado.

Existe, porém, uma controvérsia em torno dessa data, posto que alguns autores não concordam haver sido o 20 de Agosto a data na qual acontecera aquela memorável sessão, e sim o 9 de Setembro, fato cuja explicação foram encontrar no calendário maçônico adotado pelo Grande Oriente do Brasil. Vejamos esta questão.

A Maçonaria adotou o ano da criação do mundo que, segundo o pastor anglicano James Usher, nascido em Dublim, Escócia, no ano de 1580, em estudo que realizou sobre a cronologia bíblica, teria ocorrido a cerca de 4.000 anos antes de Cristo. Acrescentando-se este número a cada ano do calendário civil, tem-se desta forma, que o ano de 1822, no calendário maçônico, é 5.822.

O rito maçônico primeiramente adotado pelo Grande Oriente do Brasil foi o rito Adonhiramita, que usa um calendário hebraico de natureza lunar. Por este calendário, o primeiro mês do ano é Nissan, e corresponde a 21 de março/20 de abril, do calendário civil, e o sexto mês é Elul, que corresponde a 21 de agosto/20 de setembro, do calendário civil. Procedendo-se as necessárias correspondências de ambos os calendários, a data de 20 de agosto do calendário civil seria correspondente a 9 de setembro do calendário maçônico.

Assim, aquela sessão histórica mencionada que foi presidida pelo Irmão Gonçalves Ledo, realizada aos 20 dias do mês de elul do ano maçônico de 5.822, correspondeu aos 9 dias do mês de setembro do ano civil de 1822, ou seja, dois dias após o chamado Dia do Grito do Ipiranga. Desta forma, seria impossível a Dom Pedro I ratificar aquela deliberação, se distante cem léguas do Rio de Janeiro, sendo o cavalo o meio de transporte mais rápido da época, para cuja distância a ser percorrida se levaria uma semana. Ademais, o Grito do Ipiranga acontecera dois dias antes daquela assembléia, e os maçons deste não tinham conhecimento. Todavia, pelo teor da ata, vê-se que os irmãos lá reunidos resolveram realmente proclarmar a independência do Brasil, aprovando a proposta de Joaquim Gonçalves Ledo.

A data de 20 de Agosto, escolhida para ser comemorada como o Dia do Maçom Brasileiro, deveu-se à confusão de que o vigésimo dia do mês de elul do calendário maçônico fosse o vigésimo dia do mês de agosto do calendário civil, pois, quanto ao fato da proclamação da independência do Brasil haver ocorrido num templo maçônico, disto não se tem dúvidas. Contudo, se a controvérsia existe quanto a data, todos são acordes quanto ao fato, ante o registro na ata da assembléia, o que não desmerece a instituição desse dia.

O que importa, na verdade, é que já decorridos 179 anos da Independência do Brasil, continua a Maçonaria pontificando os mesmos princípios e ideais, face a trilogia da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que constitue a sua divisa. Defensora incansável da Democracia, tem permanecido atenta às grandes questões nacionais e contribuido mediante sua forma pacífica e discreta de ação, para a solução dos problemas brasileiros. Seu trabalho, que sempre se dirigiu à elevação moral, espiritual e social do Homem, à melhoria das condições de bem-estar da sociedade e ao aperfeiçoamento permanente das instituições democráticas, não tem tido conotações com qualquer corrente de cunho político-partidário, mas tão somente com os postulados da Justiça Social, da Verdade e do Trabalho.

Os maçons brasileiros, neste seu Dia, podem regozijar-se de pertencerem à Sublime Ordem Universal do Esquadro e do Compasso. Em verdade, embora os compêndios escolares omitam a atuação maçônica nos movimentos libertários e de emancipação política, sempre coube à Maçonaria posição de destaque em tais ocorrências. Desapaixonados historiadores assim confirmam. Portanto, se a data de Sete de Setembro significa para todos os brasileiros o dia magno de consagração à Liberdade, o dia Vinte de Agosto representa para os maçons o marco que os faz recordar das lutas e das vitórias da Instituição em prol da liberdade política da Nação. Ambas as datas têm, pois, para os maçons brasileiros, alta representatividade em seus corações e em suas consciências, pois simbolizam as chamas vivas da luta inextinguível contra as garras esmagadoras da tirania e da opressão.

Extraído do site: http://www.gob-sc.org.br/gobsc/o-dia-do-macom/

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